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Agenda Cultural

novembro 2024
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Sobre a Vila

Vila de Sardoal

 

A vila de Sardoal é antiquíssima, sendo que, provavelmente, a povoação foi formada devido à excelência das águas e ao relevo (monte), condições naturais para o homem viver.

Ao contrário de outras terras que cresceram em volta de um castelo ou lugar fortificado, a vila de Sardoal cresceu de baixo para cima, da confluência das ribeiras até ao ponto mais alto onde se situa o Convento de Santa Maria da Caridade (1571). Ter-se-á desenvolvido em torno da antiga Igreja de S. Mateus, que hoje já não existe, e que se situava próximo da Igreja da Misericórdia, em torno do Paço.

O primeiro documento escrito encontrado que prova a importância do Sardoal data de 11 de Janeiro de 1313, através de carta da Rainha Santa Isabel (Arquivo da Câmara), que obrigava os passageiros que viessem da Beira para Abrantes e Punhete (atual Constância) a passarem por dentro do lugar de Sardoal para pagarem tributo.

Em 1531 D. João III elevou o Sardoal a Vila e um ano mais tarde demarcou, por carta, os seus limites territoriais, de acordo com a sua nova condição.

O século XVI é considerado como o “século de ouro” da história do Sardoal. Foi neste século que os Autos de Gil Vicente foram escritos; foi fundada a Santa Casa da Misericórdia de Sardoal; foram pintados os Quadros do Mestre de Sardoal (encontram-se na Igreja Matriz); foi construída a Igreja da Misericórdia e fundado o Convento de Santa Maria da Caridade.

Este último monumento exibe freixos trazidos pelos sardoalenses que acompanharam Vasco da Gama na sua segunda viagem à Índia. Este é apenas um dos exemplos que comprova a participação dos sardoalenses nos Descobrimentos. Estiveram, também, presentes nas Conquistas de África, Índia e Brasil. Estes factos não são de estranhar se considerarmos que o Senhorio do Sardoal pertencia à família dos Almeida, os Condes de Abrantes, que detinham na altura os principais cargos de governação do reino. Note-se também, que o primeiro Vice-Rei da Índia, D. Francisco de Almeida, foi comendador do Sardoal. Entre de 1807 e 1811 passaram por aqui as Invasões Francesas, a 1.ª e a 3.ª, dirigidas por Junot e Massena, respetivamente.

Por fim, salientam-se as manifestações religiosas que assumem características únicas no concelho de Sardoal. A Semana Santa, com as tradicionais procissões e as capelas enfeitadas com tapetes de flores e verduras naturais têm trazido ao concelho dezenas de milhares de visitantes todos os anos.

 

 

Parta connosco à sua descoberta!

História das Freguesias

Alcaravela

Alcaravela é a freguesia mais extensa do concelho, com 36,7 km2. Possui 909 habitantes (Censos 2011).
As primeiras referências à freguesia constam no Cadastro Geral do Reino (1527), que referia a existência de 58 moradores. Há, também, uma menção a Alcaravela na Carta de Demarcação de Termo do Concelho, atribuída por D. João III no mês de agosto de 1532, em Lisboa.
O seu nome vem da palavra árabe "Karavan", designação dada por este povo a uma ave primata de arribação mais conhecida por Grou ou Gazola, ao qual se juntou o prefixo "al". Com o decorrer dos tempos terá evoluído para Alcaravela.
Registe-se a curiosidade de não existir nenhum lugar com o nome de Alcaravela, dá-se este nome ao conjunto de 15 aldeias que constituem a freguesia.
A padroeira de Alcaravela é Santa Clara, que dá nome à Igreja paroquial da freguesia, um monumento moderno, construído para substituir a capela original, inaugurada a 21 de setembro de 1924.
Esta freguesia é detentora de um importante património edificado e natural, com destaque para o Património Religioso, para as inúmeras fontes que testemunham a sua importância noutros tempos e principalmente património florestal (Serra de Alcaravela) onde subsistem recordações dos tempos em que a extração de resina era uma importante atividade económica na freguesia.
Na Aldeia de Santa Clara encontra-se o Busto do Dr. João Serras e Silva, que a pulso tornou-se médico e professor catedrático na Faculdade de Medicina, em Coimbra.
Destaca-se ainda a Cooperativa da Artelinho e a zona de lazer da Rosa Mana.
No verão acontecem um pouco por todas as localidades as tradicionais festas anuais e religiosas.

Nesta freguesia pode ainda desfrutar do percurso pedestre "Caminho da Moura Encantada".

 

Santiago de Montalegre

Santiago de Montalegre tem 17 km2 e 224 habitantes (Censos de 2011). Apresenta, ainda, características de um "Portugal Profundo", dando, contudo, um importante contributo para o equilíbrio económico do concelho em virtude da sua riqueza agrícola e florestal.
São Tiago é o padroeiro desta freguesia, criada em 1 de março de 1928 através de um diploma publicado a 8 de março no Diário do Governo, assinado pelo Presidente da República, Óscar Carmona. O dirigente respondeu, assim, às reivindicações da população que pedia a desvinculação da freguesia de Sardoal. Segundo o povo "a distância era grande e servida de maus caminhos".
Em termos de Património, destaca-se a Igreja Paroquial de S. Tiago , inaugurada em setembro de 1934, bem como a beleza natural, com relevo para as margens da Ribeira do Codes .
Nos anos 40 do século XX, as potencialidades da freguesia ao nível florestal constituíam uma riqueza deveras notável através da exploração da madeira de pinho. Quase todos os terrenos incultos encontram-se cobertos de pinheiros (hoje substituídos pelo eucalipto), cuja madeira e resina representavam a primeira exportação de Santiago de Montalegre. Além disso, ofereciam uma riqueza incomparável os vales cheios de milho, dos quais emergiam em abundância todas as árvores de fruto da região. Cultivavam-se legumes, as hortaliças abundavam e constituíam, com a broa, a base da alimentação da gente simples e trabalhadora da freguesia. Cada família criava um ou mais suínos, cuja carne, juntamente com o pouco, mas fino azeite da região, servia de tempero aos magros alimentos, durante todo o ano.
Decorre anualmente, nesta freguesia, no dia 26 de agosto, a Festa de Santiago. Neste mês não deve perder, também, as Festas de Montalegre.

A Grande Rota da Prata e do Ouro atravessa esta freguesia. 

Sardoal

Sardoal é uma freguesia de grande riqueza histórica e patrimonial (arquitetónico e natural). Ocupa uma área de 30 km2 e tem 2414 habitantes (Censos de 2011).
A sua existência é remota, tanto a nível de freguesia, como de paróquia.
Em "Memória da Notável Vila de Abrantes", do Capitão Manuel António Morato, o autor refere, a propósito da fundação da igreja de S. Tiago, o seguinte: "as mesmas conjeturas nos levaram a marcar o ano de 1341, como aquele em que edificava a Igreja de S. Pedro, nos obrigam a pensar o mesmo sobre a edificação da Paróquia de S. Tiago". Uma afirmação que atesta as anotações feitas pelo Bispo D. Frei João da Piedade: "A esta freguesia pertenciam os moradores do Sardoal e dela se separaram no reinado de D. Afonso V, passando a formar freguesia à parte, com invocação de S. Mateus e S. Tiago e a primitiva igreja ficou desde então considerada ermida, com invocação de Nossa Senhora dos Remédios, mas debaixo da jurisdição do Pároco do Sardoal, que apresentava nela ermitão".
O Sardoal possui dois oragos (São Tiago e São Mateus), uma particularidade muito rara no país.
Além do património histórico existente na Vila, a freguesia possui um vasto património como, por exemplo, o Núcleo de Moinhos de Vento de Entrevinhas , a Zona de Lazer e Barragem da Lapa , etc.
A freguesia possui ainda uma rede de 4 percursos pedestres onde poderá apreciar a excelência da natureza existente.
As manifestações religiosas assumem características distintas e fortes no concelho de Sardoal, conquistando cada vez mais visitantes para a região. Merecem particular destaque durante a Semana Santa : os tapetes de flores que decoram o chão das Igrejas e Capelas da Vila; a Procissão de Ramos; a Procissão do Senhor da Misericórdia ou Fogaréus (Quinta-feira Santa); a Procissão do Enterro do Senhor (Sexta-feira Santa); a Procissão da Ressurreição do Senhor (Domingo de Páscoa).
Durante o ano ocorrem também diversas festas religiosas por toda a freguesia.

Valhascos

Com uma área de 8,3 km2 e 401 habitantes (Censos de 2011), a freguesia de Valhascos é a mais jovem do concelho, datada de 1949.
Mas já em fevereiro de 1938 lhe havia sido concedida a classificação de freguesia religiosa por ordem do Bispo de Portalegre, D. Domingos Maria Frutuoso. Este acontecimento foi fundamental para que a autarquia de Sardoal e o governo assumissem o processo de autonomia administrativa (uma aspiração antiga da população) de uma forma mais séria.
A freguesia tem como padroeira a Nossa senhora da Graça .
A sua maior riqueza é a qualidade dos solos de cultivo. São, também, referências desta freguesia a qualidade da sua hortaliça – a conhecida Couve de Valhascos –, do azeite e dos frutos e cereais.
Nesta freguesia pode ainda desfrutar do percurso pedestre "Via Romana".
Realizam-se na freguesia três importantes festas religiosas: a Festa de S. Bartolomeu, em agosto, a Festa de Nossa Senhora da Graça, a 8 de Setembro, e à semelhança das outras paróquias, o Corpo de Deus (junho).
As festas anuais de Valhascos decorrem em setembro.

 

 

 

 

 

comer ficar entreteni ca da terra