Sobre a Vila
Vila de Sardoal | ||
A vila de Sardoal é antiquíssima, sendo que, provavelmente, a povoação foi formada devido à excelência das águas e ao relevo (monte), condições naturais para o homem viver. Ao contrário de outras terras que cresceram em volta de um castelo ou lugar fortificado, a vila de Sardoal cresceu de baixo para cima, da confluência das ribeiras até ao ponto mais alto onde se situa o Convento de Santa Maria da Caridade (1571). Ter-se-á desenvolvido em torno da antiga Igreja de S. Mateus, que hoje já não existe, e que se situava próximo da Igreja da Misericórdia, em torno do Paço. O primeiro documento escrito encontrado que prova a importância do Sardoal data de 11 de Janeiro de 1313, através de carta da Rainha Santa Isabel (Arquivo da Câmara), que obrigava os passageiros que viessem da Beira para Abrantes e Punhete (atual Constância) a passarem por dentro do lugar de Sardoal para pagarem tributo. Em 1531 D. João III elevou o Sardoal a Vila e um ano mais tarde demarcou, por carta, os seus limites territoriais, de acordo com a sua nova condição. O século XVI é considerado como o “século de ouro” da história do Sardoal. Foi neste século que os Autos de Gil Vicente foram escritos; foi fundada a Santa Casa da Misericórdia de Sardoal; foram pintados os Quadros do Mestre de Sardoal (encontram-se na Igreja Matriz); foi construída a Igreja da Misericórdia e fundado o Convento de Santa Maria da Caridade. Este último monumento exibe freixos trazidos pelos sardoalenses que acompanharam Vasco da Gama na sua segunda viagem à Índia. Este é apenas um dos exemplos que comprova a participação dos sardoalenses nos Descobrimentos. Estiveram, também, presentes nas Conquistas de África, Índia e Brasil. Estes factos não são de estranhar se considerarmos que o Senhorio do Sardoal pertencia à família dos Almeida, os Condes de Abrantes, que detinham na altura os principais cargos de governação do reino. Note-se também, que o primeiro Vice-Rei da Índia, D. Francisco de Almeida, foi comendador do Sardoal. Entre de 1807 e 1811 passaram por aqui as Invasões Francesas, a 1.ª e a 3.ª, dirigidas por Junot e Massena, respetivamente. Por fim, salientam-se as manifestações religiosas que assumem características únicas no concelho de Sardoal. A Semana Santa, com as tradicionais procissões e as capelas enfeitadas com tapetes de flores e verduras naturais têm trazido ao concelho dezenas de milhares de visitantes todos os anos.
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